A polêmica das putas
Quando "Memória de minhas putas tristes" lançou no Brasil foi o maior auê. Tinha gente achando um absurdo citar deliberadamente e com todas as letras um palavrão: puta. Não concordo com tal censura. Vejam só, usar prostitutas ficaria um pouco cerimonioso demais. Afinal o protagonista está enumerando mulheres, mesmo que putas, que fizeram parte de sua vida.
Falar em profissionais do sexo seria um pouco de eufemismo para tal situação. E damas da noite? Acho uma contradição. Ou é dama ou é da noite. Já piranha soaria pejorativo. Que melhor palavra então para denominá-las?
Não adianta escondê-las das crianças. Elas estão ali paradas nos sinais de trânsito para todo mundo ver e se, tiver interesse, se aproveitar. Não que eu seja uma defensora das putas. Não tenho nada contra, ou melhor, tenho um certo constrangimento, sim. Não gosto de vê-las por perto. Simplesmente, porque tenho medo de que me confundam com uma elas. Pura bobagem, mas fazer o quê?
Só que García Márquez no seu "memórias..." trata as amantes de ocasião como pessoas comuns, gente que está por aí todos os dias, que ganha seu dinheiro e tem uma história própria. E vai além disso, é capaz de fazer delas participantes de uma grande história de amor.
Um comentário:
Ainda não comecei... Tá lá em casa, só me esperando. Também, quando começar, vou ler de um fôlego só!
Debora | Email | 20-09-2005 19:38:08
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